O
Faxineiro
Ele se encontrava sobre a estreita
da marquise do 18º andar. Tinha pulado ali a fim de limpar pelo lado externo as
vidraças das salas vazias do conjunto 1801\5, a serem ocupadas em breve por uma
firma de engenharia. Ele era o empregado recém contratado da
Panamericana-Serviços gerais, o ato de haver se sentado a beira da marquise com
as pernas balançando, se devia simplesmente a uma pausa para fumar a metade de
cigarro que trouxera no bolso. Ele não queria desperdiçar este prazer
misturando-o com o trabalho.
Quando viu o ajuntamento de pessoas lá
em baixo, apontando mais ou menos em sua direção, não lhe passou pela cabeça
que realmente pudesse ser ele o centro das atenções.
Continuou a então a fumar sem preocupação nenhuma, até que
avistou em meio a multidão seu suposto chefe. Ele então desamarrou os elementos
de segurança. E pensou consigo: ‘O que será que aquele monte de “formigas
cigarras” faziam ali? Por que ao invés de ficarem ali apontando para ele não
faziam outra coisa? ’ E continuou lavando a janela, quase oprimido.
As formigas estavam preparadas para que acontecesse o pior a
seu respeito. Estava se sentindo um doce que não podia se desprender.
Amarrou os elementos de segurança, já não tão mais seguros.
O chefe o observava atento, ele suava frio, ‘mas não deveria estar contente?’
dizia a ele o seu reflexo na janela e penetrava fazendo arder seus olhos azuis,
ultra sensíveis.
As
formigas já haviam sumido, agora se transformaram em seres rastejantes, o medo
de cair correu em suas veias fazendo-o ficar com as emoções a flor da pele.
Segundos
interiores, ou não se passaram, ele se desprendeu aliviado e pulou janela
adentro o que o fez rasgar um pedaço da calça. Chegou a formiga mestre e só
então descobriu o porquê do formigueiro, se despediu e nunca mais voltou.
Texto de Sérgio Santana.In:ItaloMoriconi
Adaptação: Thaís
Bauer Gomes
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