LICANTROPIA
Em um dia de
sol, Pedro, sua mulher e seu filho foram acampar em um terreno baldio enorme:
¾
Nossa, pai, aqui é muito quieto!
¾
Então filho! Curta esta natureza! Os grilos, as
corujas...
¾
Tudo isso é muito... muito...
¾
Amedrontador?
¾
Não! Eu não estou com medo! Se você duvidar, eu
até...
¾
Você até vai buscar lenha na floresta comigo?
¾
Não... hã... É, pode ser. Pai, avisa a mãe!
¾
Amor? Querido?
¾
Sim?
¾
Lucas e eu vamos até a floresta pegar lenha para
a fogueira.
¾
Tudo bem, mas não demorem.
¾
Está bem!
Lucas sai na frente, todo empolgado para ir à
floresta:
¾
Vamos pai, corre!
¾
Já vou, já vou...
¾
Pai, o que foi isso? – No meio da caminhada eles
ouvem um uivo muito alto. – Foi um cachorro, né?
¾
Não filho. Eu acho que são lobos. Fique atrás de
mim. – Lucas foi andando devagar, até parar. – Vamos filho!
¾
Não consigo! Estou parado involuntariamente! –
Ele havia se paralisado de medo.
¾
Está bem, filho! Deixe que eu tomo conta deles!
Vamos, venham! – Pedro puxou uma faca da bainha que estava em sua perna.
¾
O que é isso pai?!
¾
Filho, não sei, só sei que não são lobos! – De
repente, Pedro se vê frente a frente com uma criatura de dois metros e meio de
altura. – Vamos grandão, me enfrente então!
¾
Cuidado pai! – O lobisomem corre em direção à
Pedro, mas ele se esquiva. Então vê Lucas cara a cara com a fera.
¾
Não! – Ele decide então jogar a faca no
homem-lobo; então, de repente, ele se vira para Pedro e solta um último uivo.
¾
Aí, pai!
¾
Foi demais, eu sei.
¾
Não, tem outro atrás de você! – Pedro, mesmo de
costas, vê sua sombra no chão e decide, vagarosamente, pegar uma tora que havia
no chão.
Lucas sussura:
¾
Pai, quando eu falar, você bate nele!
¾
Tudo bem, filho! – O enorme homem-lobo vem
correndo até Pedro – Daí filho?
¾
Não, não, não... AGORA!!! – Pedro acerta em
cheio na cabeça. – Pai, ele está morto?
¾
Não filho, mas ainda dá tempo de irmos para
casa.
O celular de Pedro toca. Era sua mulher.
¾
Ah, oi amor.
¾
Tá, e daí? Vão demorar?
¾
Não, já estamos indo.
¾
Tá bom, mas vem logo, hein?
¾
Ok, já estam... ai!!!
¾
O que foi?
¾
Nada, me arranhei em um galho, tchau! – Ele não
havia se arranhado em galho algum, mas sim, nas garras do monstro quando ele
foi retirar o lobisomem morto do caminho. O bicho teve um espasmo muscular
pós-morte, arranhando, assim, a perna de Pedro.
¾
Pai, e agora? Você se machucou!
¾
Deixa filho, nós cuidamos disto em casa.
Após chegar em casa, ele decide lavar a perna e
planeja fazer um bilhete.
¾
E agora? Terei de deixá-los! Vou escrever o
bilhete logo após pegarem no sono.
No dia seguinte, Lucas vê um papel na mesa da sala,
que dizia:
Caros
Familiares:
“Devido a um incidente ontem à noite, terei
de deixá-los, pois a partir de hoje, ofereço risco a vocês, pois me tornei um
deles” - Pedro
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Raul Batista Bock
8ª Série
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