quarta-feira, 13 de junho de 2012


LICANTROPIA
Em um dia de sol, Pedro, sua mulher e seu filho foram acampar em um terreno baldio enorme:
¾       Nossa, pai, aqui é muito quieto!
¾       Então filho! Curta esta natureza! Os grilos, as corujas...
¾       Tudo isso é muito... muito...
¾       Amedrontador?
¾       Não! Eu não estou com medo! Se você duvidar, eu até...
¾       Você até vai buscar lenha na floresta comigo?
¾       Não... hã... É, pode ser. Pai, avisa a mãe!
¾       Amor? Querido?
¾       Sim?
¾       Lucas e eu vamos até a floresta pegar lenha para a fogueira.
¾       Tudo bem, mas não demorem.
¾       Está bem!
Lucas sai na frente, todo empolgado para ir à floresta:
¾       Vamos pai, corre!
¾       Já vou, já vou...
¾       Pai, o que foi isso? – No meio da caminhada eles ouvem um uivo muito alto. – Foi um cachorro, né?
¾       Não filho. Eu acho que são lobos. Fique atrás de mim. – Lucas foi andando devagar, até parar. – Vamos filho!
¾       Não consigo! Estou parado involuntariamente! – Ele havia se paralisado de medo.
¾       Está bem, filho! Deixe que eu tomo conta deles! Vamos, venham! – Pedro puxou uma faca da bainha que estava em sua perna.
¾       O que é isso pai?!
¾       Filho, não sei, só sei que não são lobos! – De repente, Pedro se vê frente a frente com uma criatura de dois metros e meio de altura. – Vamos grandão, me enfrente então!
¾       Cuidado pai! – O lobisomem corre em direção à Pedro, mas ele se esquiva. Então vê Lucas cara a cara com a fera.
¾       Não! – Ele decide então jogar a faca no homem-lobo; então, de repente, ele se vira para Pedro e solta um último uivo.
¾       Aí, pai!
¾       Foi demais, eu sei.
¾       Não, tem outro atrás de você! – Pedro, mesmo de costas, vê sua sombra no chão e decide, vagarosamente, pegar uma tora que havia no chão.
Lucas sussura:
¾       Pai, quando eu falar, você bate nele!
¾       Tudo bem, filho! – O enorme homem-lobo vem correndo até Pedro – Daí filho?
¾       Não, não, não... AGORA!!! – Pedro acerta em cheio na cabeça. – Pai, ele está morto?
¾       Não filho, mas ainda dá tempo de irmos para casa.
O celular de Pedro toca. Era sua mulher.
¾       Ah, oi amor.
¾       Tá, e daí? Vão demorar?
¾       Não, já estamos indo.
¾       Tá bom, mas vem logo, hein?
¾       Ok, já estam... ai!!!
¾       O que foi?
¾       Nada, me arranhei em um galho, tchau! – Ele não havia se arranhado em galho algum, mas sim, nas garras do monstro quando ele foi retirar o lobisomem morto do caminho. O bicho teve um espasmo muscular pós-morte, arranhando, assim, a perna de Pedro.
¾       Pai, e agora? Você se machucou!
¾       Deixa filho, nós cuidamos disto em casa.
Após chegar em casa, ele decide lavar a perna e planeja fazer um bilhete.
¾       E agora? Terei de deixá-los! Vou escrever o bilhete logo após pegarem no sono.
No dia seguinte, Lucas vê um papel na mesa da sala, que dizia:

Caros Familiares:
        “Devido a um incidente ontem à noite, terei de deixá-los, pois a partir de hoje, ofereço risco a vocês, pois me tornei um deles” - Pedro

Raul Batista Bock
8ª Série

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